HQ, fotonovela, não importa: é jornalismo, e de vanguarda

nova_narrativa_JC

Já faz algum tempo que tenho ressaltado a importância de projetos multimídia (especificamente aqueles que abraçam novas narrativas jornalísticas na web) para que nossa profissão desfrute a era digital e dê algum tipo de resposta aos que questionam o seu futuro.

E vejam que maneira interessante o Jornal do Commercio, de Recife, escolheu para contar uma história sobre o uso da bicicleta como alternativa ao carro e ao trânsito das grandes cidades.

Linguagem de HQ que agrega fotonovela, vídeos, fotos, edição jornalística e até making of (talvez o trecho menos bem-sucedido). Os créditos são de  Julliana de Melo e Sidclei Sobral.

Lembrei da tão criticada HQ do G1 sobre a morte de Michael Jackson, que eu achei boa pra dedéu. Critique-se a espetacularização ou o traço sem acabamento (os dois poréns que mais ouvi sobre esse trabalho), mas não se pode deixar de valorizar a iniciativa. Estamos, o jornalismo, precisando dessas coisas, gente.

O jornalismo deve se apropriar de linguagens velhas e novas, até das antes consideradas não jornalísticas, para narrar fatos de forma mais atual e apropriada às plataformas hoje existentes.

Quem descobriu a contribuição do Jornal do Commercio, e também elogiou, foi o Fernando Firmino, uma das maiores autoridades em jornalismo móvel (e seus dispositivos) no Brasil.

10 Respostas para “HQ, fotonovela, não importa: é jornalismo, e de vanguarda

  1. Quebrando Barreias sociais e atualizando o cérebro dos mais atentos com mudanças e novidades pertinentes! Melhorando a forma como podemos viver, essa matéria e esse formato de notícia, não só especula uma mudança na maneira de se fazer jornal, como também “desmarginaliza” os quadrinhos, que infelizmente no Brasil, se resumem aos poucos nomes já conhecidos. Está na hora de re-educar o país, não só criando uma reforma no jornalismo, como também propondo que as pessoas leiam as notícias de uma maneira divertida, diferenciada. Quadrinhos são arte, o Brasil tem potencial, desde que sejamos um “único país”(as vezes, certas matérias que são produzidas fora de um determinado “eixo”, são desvalorizadas), sem levar em conta divergências de regiões, já que SP e Rio sofrem bastante com o problema dos congestionamentos e a matéria foi feita em Pernambuco. Não entendam como escapismo do tema, é apenas uma forma de unir todos, levando em conta a melhoria do nosso país. E a re-educação do nosso (Brasileiro e pleunástico) trânsito.

    • Paulo,

      Nem tenho palavras, penso como você e acredito totalmente nisso. Todos os formatos servem ao jornalismo, é só querer fazer.

      abs

  2. Pingback: Exemplos próximos de jornalismo multimídia « Dois ponto zero

  3. Interessantíssimo; não sou jornalista, mas vou mostrar esse achado aos meus alunos e leitores do blog.

    • Doralice,

      Legal, se vc como leitora e usuária de internet se sentiu confortável com o formato, os jornalistas tiveram sucesso em sua ideia inovadora!

      abs

  4. Realmente, o jornalismo, desde seu surgimento, tendeu para a manutenção das palavras com a capacidade (conceitual e definidora) de levar o leitor à imaginação daquilo que lia/lera/lê;
    Apesar da importância da classificação em gêneros, tal uso não empobrece as modalidades já estabelecidas.
    Ao meu ver, efetivamente, o jornalismo é um enunciado que transita nas linguagens quando tem na nascente pessoas compromissadas com o leitor, que na visão de Dines também é editor.
    Aliás, não deve ser novidade para muitos, o fato de não existir informação pura. E até onde sei, o modo utilizado para se contar certas histórias deveria ajudar e não complicar.
    Torço, pesquiso e aposto nestas investidas.

    • William,

      É a “tirania do texto” que professor Alberto Cairo tanto comenta. Assim como vc, sou dos maiores entusiastas das novas narrativas e do jornalismo visual.

      abs

  5. Pingback: Jornalismo e as formas de contar uma história | Breno Barros

  6. Pingback: ‘Ambulanciaterapia’ consolida expertise do JC em novas narrativas | Webmanario

  7. Pingback: Quadrinhos permeiam reportagens multimídia | LabCon - Laboratório de Conexões Intermidiáticas

Deixe um comentário