Leitores se mobilizam para salvar seus jornalistas

Leitores abraçaram a causa dos jornalistas do Rocky Mountain News

Leitores abraçaram a causa dos jornalistas do Rocky Mountain News

ATUALIZAÇÃO: Acaba de rolar a coletiva do povo do Rocky Mountain News. Com o apoio de três empresários, 30 ex-funcionários do extinto jornal tocarão um site noticioso on-line, o Indenvertimes.com. O modelo escolhido, porém, sugere um novo fracasso: o conteúdo será fechado e espera-se que, até abril, o produto consiga reunir 50 mil assinantes para ser ampliado. É muito otimismo.

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Hoje, a partir das 14h (horário de Brasília), vamos conhecer o destino de parte da redação do Rocky Mountain News, jornal de quase 150 anos que encerrou suas atividades (em papel e on-line) definitivamente há três semanas com uma emotiva última edição que teve cobertura ao vivo no microblog e virou um documentário no melhor estilo chora-leitor.

Até onde se sabe, um grupo expressivo de leitores influentes (entre os quais há políticos, empresários e o próprio xerife de Denver) encabeça o projeto “Quero meu Rocky“, que convocou entrevista coletiva para anunciar “uma nova visão baseada em 150 anos de tradição”, como propaga seu slogan. Traduzindo: o reaproveitamento de parte da equipe do RMN, mas agora apenas em ambiente digital.

É mais uma movimentação de leitores que se mobilizam para manter vivo, de alguma forma _via de regra apenas na internet_ seu jornal favorito, despedaçado pela incapacidade administrativa de compreensão ao ambiente tecnológico e à transformação pela qual passou o modelo de negócios ultrapassadíssimo do jornalismo impresso.

Isto é jornalismo financiado, cujas experiências estão pipocando mundo afora.

Simultaneamente, no My Space, começou a fazer barulho uma comunidade portuguesa que propõe às pessoas a compra de um jornal por dia como forma de amenizar as perdas (de faturamento e leitores) que este tipo de produto experimenta especialmente no hemisfério Norte _entre nós e todos os emergentes, se as coisas não andam às mil maravilhas, ainda estão longe de se transformar em colapsos de corporações com dezenas de décadas de existência.

No manifesto assinado por Afonso Pimenta, o Movimento a Favor da Imprensa Escrita Paga destaca aspectos como “O jornalismo escrito, enquanto produto, não pode ser encarado exclusivamente como tal: ele é aquilo que me alerta para o que eu não sou. O único veículo que possuo para estar atento relativamente ao que é exterior à minha diminuta capacidade de alcance e atenção: o poder.”

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